O Bioma Pampa é um ecossistema localizado no extremo Sul do país, conhecido por seu relevo suavemente ondulado e por sua diversificada vegetação, composta por plantas herbáceas, arbustos e árvores de pequeno porte, como capim-forquilha, trevo-nativo e algarrobo.
Entre os animais que habitam esse bioma, destacam-se veados, capivaras e pequenos roedores, incluindo o tuco-tuco, uma espécie endêmica. O clima na região é caracterizado por verões quentes e invernos rigorosos. Apesar de sua rica biodiversidade e dos diversos serviços ecossistêmicos que oferece, o Pampa tem sido impactado negativamente pela intervenção humana, especialmente na conversão de terras para atividades agrícolas e pecuárias.
Reconhecido como um dos biomas do Brasil em 2004, o Pampa, também conhecido como campos sulinos, abrange uma extensa área no estado do Rio Grande do Sul, totalizando 176.496 km², aproximadamente 2% do território nacional. Além do Brasil, estende-se pelo Uruguai e por algumas regiões do Paraguai e da Argentina.
A origem do termo “pampa” remonta à língua quíchua, significando planície, o que faz alusão à topografia suave desse bioma. O clima na região é subtropical úmido, caracterizado por chuvas bem distribuídas ao longo do ano, verões quentes e invernos rigorosos, com uma temperatura média de 18 ºC.
Fauna
A diversidade da fauna no bioma Pampa é notável, abrigando uma variedade significativa de aves, mamíferos, artrópodes, répteis e anfíbios, muitos dos quais são considerados raros. Este ecossistema possui aproximadamente 400 espécies de aves e 100 de mamíferos.
Os pampas são caracterizados por uma ampla gama de insetos e pequenos animais, promovendo um ambiente propício para o desenvolvimento das aves. Por conseguinte, a região é reconhecida como uma das áreas do planeta onde a conservação da fauna de pássaros é mais evidente.
Dentre os habitantes do Pampa, destacam-se o jacu, saíra, macuco, jacutinga, corruíra-do-campo, papa-mosca-do-campo, quero-quero, joão-de-barro, sabiá-do-campo, pica-pau do campo, pica-pau-chorão, beija-flor-de-barba-azul, caboclinho-de-barriga-verde, perdigão, perdiz, gavião-chimango, caminheiro-de-espora, gaturamo-verdadeiro, tiê-sangue, araponga, sanhaço, ema, ratão-do-banhado, capivara, tatu-mulita, veado campeiro, lobo guará, graxaim, zorrilho, furão, preá, tuco-tuco, sapinho-de-barriga-vermelha, entre outros.
Muitas dessas espécies são endêmicas, ou seja, exclusivas daquela região e encontradas apenas lá. Estudos indicam que aproximadamente 40% dos animais que habitam os pampas são endêmicos, abrangendo mamíferos, aves, répteis, anfíbios e artrópodes.
Infelizmente, diversas espécies de animais e plantas nativas desse bioma estão ameaçadas de extinção. Exemplos incluem o gato dos pampas, onça-pintada, jaguatirica, caxinguelê e tamanduá. Esses animais enfrentam ameaças como destruição de habitat, tráfico, caça para comércio de peles e desmatamento.
Além disso, a expansão descontrolada da fronteira agrícola, a caça indiscriminada e a extração desenfreada de recursos naturais, especialmente madeira, representam as principais ameaças ao equilíbrio do ecossistema do bioma Pampa. Essas atividades humanas contribuem para o desaparecimento de muitas espécies nativas, comprometendo a saúde e a diversidade desse importante ambiente.
Flora
O bioma Pampa preserva aproximadamente 40% de sua cobertura vegetal original. Assim como a fauna, a flora do Pampa é diversificada, abrigando espécies endêmicas, raras e algumas que enfrentam o risco de extinção.
No total, o bioma é composto por cerca de 3000 espécies de plantas, incluindo 70 tipos de cactos, 100 tipos de árvores, 450 tipos de gramíneas e mais de 150 tipos de leguminosas.
Algumas dessas espécies notáveis incluem bromélia, orquídea, louro-pardo, cedro, cabreúva, canjerana, guajuvira, guatambu, grápia, capim-forquilha, grama-tapete, flechilhas, canafístula, brabas-de-bode, pau-de-leite, unha-de-gato, bracatinga, cabelos de-porco, angico-vermelho, caroba, babosa-do-campo, amendoim-nativo, trevo-nativo, cactáceas, timbaúva, araucárias, algarrobo, nhandavaí e palmeira anã.
Essas plantas contribuem para a riqueza ecológica do Pampa, desempenhando papéis essenciais no equilíbrio do ecossistema.
Clima
O clima no bioma Pampa é classificado como temperado, com uma tendência a ser subtropical ao norte e semiárido na porção oeste. Durante o verão, as temperaturas registradas geralmente permanecem relativamente constantes, variando em média entre 28°C e 33°C.
No inverno, as médias de temperatura são notavelmente diferentes, com os termômetros geralmente marcando entre 12°C e 19°C durante o dia e entre 1°C e 6°C durante a noite. Nas áreas sul e oeste dos pampas, as temperaturas podem atingir até -10°C. As estações da primavera e outono tendem a ser mais amenas. No entanto, assim como no inverno, a primavera experimenta variações significativas de temperatura, acompanhadas por uma temporada intensa de chuvas.
Embora a geada seja uma ocorrência comum em toda a região, ela é mais regular na parte sudoeste. O índice de precipitação varia entre 600 e 1.200 mm, distribuídos ao longo do ano, garantindo que o solo permaneça fértil para atividades agrícolas. Este padrão de precipitação contribui para a sustentabilidade da agricultura na região.
Hidrografia
O bioma Pampa apresenta uma significativa rede hidrográfica, composta por rios de pequeno e médio porte, resultando em uma abundante disponibilidade de água. A região abrange duas bacias hidrográficas de grande relevância local: a Costeira do Sul e a do rio da Prata. Os principais rios que percorrem essa área são o Prata e o Uruguai. A configuração hidrográfica do Pampa favorece a viabilidade de instalações de hidrovias e usinas hidrelétricas.
Relevo
É do tipo suave ondulado, ou seja, formado por regiões de planícies com presenças pontuais de colinas. Tradicionalmente, esse relevo recebe o nome de coxilhas. Suas características geomorfológicas indicam uma zona bastante homogênea, pouca declivosa e recortada, com forte influência dos processos deposicionais, formando planícies e colinas diversas. O Pampa é um bioma extremamente suscetível ao processo de arenização.
Desafios Enfrentados no Bioma Pampa
O bioma Pampa é caracterizado por uma rica biodiversidade, abrigando numerosas espécies endêmicas e representando uma fonte crucial de recursos genéticos. Essa diversidade desempenha um papel fundamental na prestação de diversos serviços ecossistêmicos, como armazenamento de carbono, purificação da água, controle de pragas agrícolas, regulação da erosão do solo e restauração da fertilidade.
É notável destacar que uma parcela significativa do aquífero Guarani está localizada no Pampa. Apesar de sua importância vital para a vida na Terra, biomas como o Pampa enfrentam ameaças substanciais e carecem de proteção adequada. Essa vulnerabilidade decorre das características que tornam esses biomas produtivos e propensos à ocupação humana.
No Brasil, extensas áreas do Pampa foram modificadas, cedendo lugar a plantações de milho, soja, arroz, trigo, monoculturas de Pinus sp. e criação extensiva de gado. Estima-se que, até 2008, apenas 36% de sua vegetação nativa ainda persistia. Muitas áreas foram irreversivelmente impactadas, apresentando baixa produtividade devido a práticas de manejo insustentáveis ou encontrando-se degradadas devido ao sobrepastoreio.
Estudos indicam que as mudanças climáticas representam uma ameaça significativa para o Pampa, resultando na perda de habitats e impactando negativamente diversas espécies. A perda de biodiversidade compromete os serviços ambientais essenciais proporcionados por essa vegetação.
Infelizmente, apenas 453 km² do Pampa estão protegidos em Unidades de Conservação de Proteção Integral, correspondendo a menos de 0,5% de sua extensão total. Políticas de preservação eficazes são imperativas para salvaguardar esse bioma diversificado e crucial.
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