A região conhecida como Bioma Amazônico abrange uma extensão de 4.196.943 km², correspondendo a mais de 40% do território nacional. Essa área abriga principalmente uma vasta floresta tropical e atravessa os estados do Acre, Amapá, Amazonas, Pará e Roraima, além de parte do território do Maranhão, Mato Grosso, Rondônia e Tocantins.
Composta por diversos ecossistemas, como florestas densas de terra firme, florestas estacionais, florestas de igapó, campos alagados, várzeas, savanas, refúgios montanhosos e formações pioneiras, a Amazônia é notável pela sua riqueza ambiental.
Embora seja o bioma mais preservado do país, aproximadamente 16% de sua extensão já sofreu com a devastação, equivalente a duas vezes e meia o tamanho do estado de São Paulo. O desmatamento, as queimadas, a garimpagem, o agro pastoreio e a biopirataria são os principais desafios ambientais enfrentados por esse ecossistema e sua sustentabilidade.
Essas atividades têm contribuído significativamente para mudanças climáticas globais, incluindo o aquecimento global, dado o papel crucial da Amazônia como um “resfriador” atmosférico e o maior refúgio de biodiversidade do mundo.
A Amazônia abriga uma abundância de plantas e animais, muitos dos quais ainda não foram devidamente estudados pelos cientistas. Até o momento, foram cientificamente classificadas pelo menos 40 mil espécies de plantas, 427 mamíferos, 1.294 aves, 378 répteis, 427 anfíbios e aproximadamente 3 mil espécies de peixes na região.
No entanto, as formas de vida menores apresentam números ainda mais impressionantes, com os cientistas documentando entre 96.660 e 128.840 espécies de invertebrados apenas na parte brasileira da Amazônia.
Fauna
Estudos apontam que a Amazônia abriga aproximadamente trinta milhões de espécies animais. É surpreendente, não é? E isso ocorre mesmo considerando que nem todas as espécies foram identificadas e examinadas pelos pesquisadores, havendo ainda animais desconhecidos pelos seres humanos na região.
O ecossistema amazônico é habitado por uma ampla diversidade de animais, sendo os macacos talvez os mais notórios entre eles. Diversas espécies, como coatás, guaribas, e barrigudos, ocupam os galhos das árvores. Além dos primatas, a região abriga mamíferos terrestres, como onças, tamanduás e esquilos, e mamíferos aquáticos, como peixes-boi e botos.
Os répteis também encontram seu espaço, com lagartos, jacarés, tartarugas e serpentes sendo observados em passeios pela área. Quanto aos anfíbios, diversos tipos de rãs, sapos e pererecas marcam presença. Destaca-se ainda a notável coleção de peixes nas águas amazônicas, representando 85% das espécies de peixes de toda a América do Sul, com milhares deles migrando anualmente em busca de locais adequados para reprodução e desova.
Os insetos, por sua vez, desempenham um papel crucial no equilíbrio do ecossistema, estando presentes na terra, na água e no ar. Besouros, formigas, mariposas e vespas compõem a maioria desse grupo na fauna amazônica. A floresta também é lar de uma vasta variedade de aves, como araras, papagaios, periquitos e mais de mil espécies de aves catalogadas, incluindo os tucanos que embelezam as copas das árvores.
Flora
A cobertura vegetal amazônica pode ser classificada em três categorias distintas: matas de terra firme, matas de várzea e matas de igapó.
As matas de terra firme ocupam regiões mais elevadas, não sendo suscetíveis a inundações dos rios. Essas áreas abrigam árvores de grande porte, como a castanheira-do-pará e a palmeira.
Por sua vez, as matas de várzea enfrentam inundações sazonais. Nas porções mais altas dessas matas, o período de inundação é breve, e a vegetação assemelha-se à encontrada nas matas de terra firme. Nas áreas planas, sujeitas a inundações prolongadas, a vegetação assume características semelhantes às matas de igapó.
As matas de igapó localizam-se em áreas mais baixas e permanecem quase sempre inundadas. Nessas regiões, a vegetação é de estatura mais baixa, com presença de arbustos, cipós e musgos, destacando-se a vitória-régia como uma das plantas emblemáticas da Amazônia.
Hidrografia
A presença de água é um componente vital em qualquer ecossistema, pois é fundamental para a sustentação da vida. Na floresta amazônica, destaca-se a abundância de água doce, caracterizando-a como a maior bacia hidrográfica do planeta. O rio principal que a atravessa é o Amazonas, notável por possuir mais de mil afluentes (rios menores que deságuam nele), sendo o mais largo do mundo e desempenhando um papel crucial no desenvolvimento da floresta.
Os rios exercem uma influência significativa na fauna e, como já mencionado, na vegetação da região. De maneira geral, eles são categorizados em três tipos: rios de águas barrentas, de águas claras e águas pretas.
Os rios de águas pretas recebem essa denominação devido à sua origem em áreas de planície, transportando consigo areia e húmus característicos do solo dessas regiões. A presença do húmus é responsável pela coloração escura das águas, sendo o rio Negro o exemplo mais conhecido na Amazônia. A coloração da água varia devido a substâncias específicas presentes nos rios.
Os rios de águas barrentas, como o Madeira e o Amazonas, têm sua coloração modificada devido à abundância de sedimentos e nutrientes. Em contrapartida, os rios de águas claras, como o Xingu, o Tapajós e o Trombetas, apresentam trechos com corredeiras e cachoeiras, não banhando áreas tão ricas em nutrientes como os rios de águas barrentas, o que resulta em uma água mais cristalina.
Clima
Na região amazônica, ocorrem precipitações abundantes e as temperaturas são elevadas, geralmente oscilando entre 22ºC e 28ºC. Esse padrão climático é conhecido como clima equatorial úmido, comum em áreas próximas à linha do Equador.
E qual é o impacto desse clima? Com base no que discutimos até agora, é possível deduzir algumas influências. Por exemplo, a intensidade das chuvas afeta diretamente o nível dos rios; o aumento desse nível pode resultar em áreas alagadas, influenciando a adequação dessas áreas para a vida de diversas espécies vegetais e animais.
Solo
O solo na floresta amazônica, em sua maioria, é caracterizado por sua natureza arenosa. Ele possui uma fina camada de nutrientes originada pela decomposição de folhas, frutos e animais falecidos. Essa camada é especialmente rica em húmus, uma matéria orgânica crucial para diversas espécies vegetais na região.
Nas áreas desmatadas, as intensas chuvas desencadeiam um processo conhecido como lixiviação, no qual os nutrientes do solo são carregados pela água, resultando em solos amazônicos ainda mais empobrecidos. Apenas 14% de toda a extensão territorial pode ser considerada propícia para a agricultura.
Entretanto, apesar dessa pequena porção ser considerada fértil, surge a pergunta: como tantas árvores prosperam? A resposta a esse questionamento está em um dos elementos cruciais para a manutenção do equilíbrio do ecossistema.
Nesse contexto, a camada de húmus desempenha um papel fundamental. Além disso, os escassos nutrientes presentes no solo são prontamente absorvidos pelas raízes das árvores. Posteriormente, essas plantas liberam nutrientes de volta ao solo, contribuindo para um contínuo processo de reciclagem de nutrientes. Esse ciclo desempenha um papel vital na sustentação da biodiversidade e na saúde do ecossistema amazônico.
Relevo
As áreas de planície na região são regularmente alagadas pelas águas dos rios. Nos planaltos, destacam-se algumas serras notáveis, como Taperapecó, Imeri e Parima. A Amazônia abriga as formas de relevo mais baixas, como a planície Amazônica, e as mais altas, como o planalto das Guianas, onde está situado o Pico da Neblina, a elevação máxima do Brasil, atingindo cerca de 3.015 metros.
Dentro do bioma Amazônia, encontramos uma variedade de formas de relevo, incluindo planícies (áreas com pouca variação de altitude), depressões (relevo aplainado, onde se encontram colinas de baixa altitude) e planaltos (terrenos com superfície elevada).
Importância Global do Bioma Amazônico
Certamente, você já ouviu falar sobre a significância global da Amazônia, e essa afirmação é fundamentada em diversos fatores essenciais:
- Contribuição para a regulação das chuvas em praticamente todo o Brasil;
- Influência no padrão de chuvas na América do Sul;
- Representação da maior biodiversidade do planeta, com muitas espécies ainda por serem descobertas;
- Participação na regulação do clima mundial;
- Armazenamento de bilhões de toneladas de carbono, sendo que o desmatamento libera consideráveis quantidades de gases de efeito estufa na atmosfera.
Impactos Ambientais na Amazônia
A Amazônia enfrenta diversos desafios ambientais que desencadeiam desequilíbrios em seus ecossistemas. Os principais incluem queimadas, garimpagem, agropecuária extensiva, desmatamento, contrabando de plantas silvestres, tráfico de animais, disputas de terras, assentamentos humanos, caça e pesca ilegais, além da falta de fiscalização.
Estudos indicam que uma parcela significativa desse bioma já foi degradada devido à atividade humana, aproximadamente 20% de sua extensão total.
Uma pesquisa publicada na revista Science, em fevereiro de 2018, alerta que a destruição da Amazônia atingiu um ponto sem retorno, visto que mais de 20% de sua área já foi desmatada, podendo acarretar impactos profundos na manutenção de todo o ecossistema. Existe o risco iminente de que a Amazônia se transforme em uma grande savana em até 50 anos.
Para conter as ameaças que comprometem a preservação da floresta em pé, diversas ações têm sido adotadas, algumas já apresentando resultados positivos, como a implementação de políticas ambientais rigorosas, a criação de Unidades de Conservação e a regularização fundiária.
A Diversidade Cultural Indígena
A Amazônia é lar não apenas de uma rica vida selvagem, mas também de aproximadamente 30 milhões de habitantes, dos quais mais de 220 pertencem a grupos indígenas na região brasileira. Além disso, existem comunidades tradicionais que têm sua subsistência diretamente ligada aos recursos naturais.
Por trás dessa extraordinária diversidade cultural, entretanto, se revela uma realidade desafiadora. Apesar de ocuparem uma área abundante em produtos e serviços naturais, muitas das populações locais ainda enfrentam condições de vida precárias.
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Referências e Material de Apoio
BIOMAS BRASILEIROS > Disponível em: https://educa.ibge.gov.br/jovens/conheca-o-brasil/territorio/18307-biomas-brasileiros.html
Biomas > Disponível em: https://antigo.mma.gov.br/biomas.html