Embora muitos de nós estejam cientes do conceito de amor-próprio, nem sempre compreendemos sua verdadeira essência. É lamentável que a maioria busque vitórias externas, como encontrar o amor, alcançar o sucesso ou obter felicidade, sem perceber que o amor-próprio é a raiz de todo crescimento.
Como podemos verdadeiramente amar os outros antes de aprendermos a nos amar incondicionalmente? Amar condicionalmente impede que ofereçamos amor incondicional aos outros, pois como podemos dar algo que não possuímos? Nossa compreensão do amor-próprio é moldada na infância pelos cuidadores, muitas vezes de forma inconsciente.
Amor-próprio vai além de vestir roupas elegantes e aplicar maquiagens caras, apenas para afirmar que nos amamos. Envolve uma gama de atos de amor, tanto físicos quanto não físicos. Conheço muitas pessoas bem cuidadas que não compreendem o verdadeiro significado de amar a si mesmas. Amar a si mesmo não é egoísmo; é um ato de bondade para com os outros, pois quando cultivamos o amor-próprio, os outros não precisam lidar com nossos problemas não resolvidos.
O amor-próprio abrange quatro aspectos principais: autoconsciência, autovalorização, autoestima e autocuidado. A ausência de qualquer um desses aspectos indica uma lacuna no amor-próprio. Para alcançá-lo, devemos cultivar esses quatro elementos em nossa vida. A jornada para o amor-próprio assemelha-se a confrontar nossos próprios demônios, uma tarefa evitada por muitos.
A dificuldade em alcançar o amor-próprio surge da necessidade de renunciar a certas coisas e pessoas às quais estamos profundamente ligados. Nossos vícios em relacionamentos e hábitos que contradizem a premissa do amor-próprio comprometem nossa capacidade de amar incondicionalmente, trocando-o por uma satisfação momentânea que essas distrações proporcionam.
Autoconsciência
Estar ciente de seus processos de pensamento é compreender seus pensamentos, entender como afetam suas emoções e observar como essas emoções influenciam suas ações. Você reconhece os pensamentos que desencadeiam raiva e resultam em comportamentos impulsivos? Pergunta a si mesmo de onde vêm esses pensamentos e por que estão presentes.
O mesmo princípio se aplica ao que lhe traz felicidade. Por que determinadas coisas o fazem feliz? É sair de si mesmo para se examinar. Essa Autoconsciência é fundamental para a inteligência emocional. O que o irrita pode continuar a irritá-lo, mas você aprenderá a responder de maneira eficaz ou a escolher não reagir.
Pessoas com alta inteligência emocional experimentam emoções como todos nós, mas conseguem se distanciar emocionalmente para processá-las de maneira eficaz. Isso também inclui afastar-se ou evitar situações que você sabe que desencadearão sentimentos específicos e reações indesejadas em você.
Caso não consiga se afastar ou evitar a situação, a Autoconsciência possibilita redirecionar a energia investida nessas emoções. Uma maneira de aprimorar sua Autoconsciência é manter um diário de seus pensamentos, emoções e ações.
Autovalorização
Devido à constante exposição a mensagens negativas na sociedade, tendemos a focar nas aspectos desfavoráveis e a projetar essa negatividade sobre nós mesmos, muitas vezes de maneira inconsciente. Cada um de nós é dotado de um vasto potencial inexplorado desde o nascimento, que perdura ao longo de toda a vida.
Da mesma forma que não podemos criar ou destruir energia, apenas explorar ou ocultar potencial, a autovalorização refere-se às crenças que mantemos sobre nós mesmos, frequentemente desafiando nossa própria confiança. Isso é resultado das circunstâncias adversas que enfrentamos e das quais nem sempre nos libertamos por completo.
A autoestima está intrinsecamente ligada às características positivas que possuímos. Cada indivíduo tem qualidades admiráveis. Se você tem dificuldade em reconhecer seu próprio valor, reserve um tempo para refletir sobre as coisas que realizou corretamente ou aquelas que foram apreciadas por outras pessoas.
Pode ser desafiador porque você pode não estar plenamente ciente do seu próprio valor. Lembre-se de que não há um único dia em que você não seja merecedor. A autoestima não é condicionada por nada; não é necessário realizar algo para ser valioso. Você simplesmente é. Aceite isso e compreenda. Seus pontos fortes, talentos e atos generosos em relação aos outros são expressões genuínas da sua autovalorização.
Autoestima
A autoestima é um conceito que deriva da autovalorização. Um elevado senso de autovalorização resulta em uma alta autoestima. A autovalorização refere-se à percepção de nossa própria valiosidade, independentemente de nossas realizações ou das qualidades que possamos possuir.
Por outro lado, a autoestima está mais diretamente relacionada às nossas qualidades e conquistas tangíveis. O exercício mencionado anteriormente apela mais para a autoestima, mas foi usado no contexto da autovalorização, uma vez que tendemos a lidar mais facilmente com aspectos visíveis do que com conceitos abstratos.
Desenvolver um senso de valor próprio naturalmente contribui para o fortalecimento da autoestima. A autoestima, por sua vez, é influenciada por três fatores principais: como fomos amados na infância, as realizações de nossos pares e quão bem nos comparamos aos nossos cuidadores na infância. A autoestima está intrinsecamente relacionada à capacidade de sentir contentamento e conforto com quem somos, onde estamos e com o que possuímos.
A busca pela autoestima envolve, portanto, melhorar a autovalorização. É crucial lembrar diariamente que não é necessário justificar a própria existência. A pressão para alcançar certos objetivos muitas vezes está ligada à necessidade de validar nossa existência. Ao trabalhar na construção de uma sólida autovalorização, a autoestima naturalmente se fortalece, promovendo um equilíbrio saudável entre a apreciação de si mesmo e as realizações tangíveis.
Autocuidado
O autocuidado é um aspecto que, embora tenha uma forte ligação com o bem-estar físico, transcende a esfera puramente física. Ele abrange todos os atos que praticamos para preservar nossa saúde, como manter hábitos de higiene, adotar uma alimentação equilibrada, garantir a hidratação adequada e dedicar tempo a atividades que nos trazem satisfação.
Além disso, o autocuidado se estende à atenção que damos ao que consumimos, seja na escolha da música que ouvimos, das produções audiovisuais que assistimos ou nas relações que cultivamos.
Comparado com outros aspectos do amor-próprio, o autocuidado se destaca por sua praticidade e acessibilidade. Iniciar a jornada em direção ao autoconhecimento e amor-próprio muitas vezes encontra solo firme nesse cuidado consigo mesmo.
Uma prática útil é incorporar a seguinte pergunta em sua rotina diária: “O que alguém que se ama faria?” Esse questionamento pode orientar suas decisões, desde as mais triviais até as mais significativas, proporcionando insights valiosos para a promoção do autocuidado.
Esse exercício não apenas oferece uma orientação prática, mas também serve como um lembrete constante da importância de se priorizar e nutrir o próprio bem-estar.
A Distinção Entre Amor-próprio e Autocompaixão
Embora amor-próprio e autocompaixão estejam intrinsecamente interligados, não são conceitos idênticos. O amor-próprio envolve a avaliação positiva ou negativa que temos de nós mesmos, refletindo nossa capacidade de nos considerar merecedores de confiança, admiração e cuidado.
Já a autocompaixão vai além, representando nossa habilidade de perdoar a nós mesmos e praticar a gentileza diante de nossos erros. Embora pareça que não podemos ter um sem o outro, é crucial reconhecer que cada um requer abordagens distintas para seu desenvolvimento.
Em termos simples, construímos o amor-próprio através do autoconhecimento, enquanto a autocompaixão se desenvolve através da prática da gentileza conosco. O processo de autoconhecimento e autodescoberta desempenha um papel significativo no cultivo do amor-próprio, permitindo-nos realmente nos conhecer e, eventualmente, nutrir uma apreciação por nós mesmos.
A autocompaixão, por outro lado, cresce quando conseguimos perdoar nossos próprios erros, transformando-os em oportunidades de aprendizado. Uma vez que o amor-próprio é desenvolvido, a autocompaixão emerge de maneira mais fluida, complementando e fortalecendo nossa relação positiva conosco mesmos.
Refletindo
O amor-próprio é um estado de valorização pessoal que se origina de ações que promovem nosso desenvolvimento físico, psicológico e espiritual. Significa ter um profundo apreço pelo próprio bem-estar e felicidade, envolvendo o cuidado atento de nossas necessidades sem comprometer nossa saúde para agradar aos outros. Amor-próprio também implica em não aceitar menos do que merecemos.
Dado que cada pessoa tem maneiras únicas de cultivar seu amor-próprio, a definição desse conceito pode variar entre indivíduos. Descobrir o que o amor-próprio significa para você, de maneira singular, é uma parte crucial do cuidado com a saúde mental.
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